terça-feira, julho 29, 2008

já não sei mais como escrever as velhas novidades de todos os tempos

dançaria nua num teatro inquietante de glauber sob o sertão das min[h]as gerais.
ficaria doente na porta de casa observando a rápida chegada da chuva.
inundaria sua casa de flores pequenas sem cartão só para você me ligar.
compraria um bilhete vitalício para fazer terapia na maior montanha russa do mundo.
contaria, por uma noite inteira, as estrelas cadentes na praia da sua janela.
andaria de moto por uma semana de olhos fechados e braços abertos.
flutuaria horas ouvindo música até escorregar pelo arco-íris.
acharia um bilhete premiado no 'pingo de ouro' que garantia o fim de todos os males.
participaria de um vídeo clipe jogando atari com o céu de monitor.
mergulharia num mar de champagne para fotografar os peixinhos bêbados a sorrir e posar, ao seu lado, para mim.

crianças, demônios irmãos que arriscam sem medo, sem conceitos, sem consequência, para descobrir o que vai dar.

crescemos querendo virar anjos. todos de asas brancas pudicas e tortas.
gratuitamente ganhamos regras e mais regras do que é certo ou errado do estar de pé ao deitar-se.
com o passar do tempo enfeitamos, com nossas próprias mãos, as caixinhas mudas de segredos fartos e vergonhosos [ou nem tanto].
como a gente se atrapalha durante a vida em nome 'do bem', 'do bom', 'do certo' do outro.
cutuquem-se! para sermos melhores e donos das nossas vontades mais sinceras.
fé na estrada e pé na culpa católica.
avante diabinhos lúcidos, meus irmãos, filhos da terra do sol.
vamos saciar, com eixo único, particular, esta fome cúmplice de viver.
(odeio comida enlatada)