quarta-feira, julho 30, 2008

aquele que grita em silêncio pulsa

a noite passada foi assim. solitária. com exceção de uns goles nostálgicos em boteco temático 'made in usa' conversation. batata frita caseira grossa e macia como àquelas dos meus 15 anos acompanhada de coca-cola entre os livros didáticos e brigadeiro após a ingestão das idéias rasas que nos 'vendem' com código de barra. minhas amigas adoravam ir estudar comigo [rs]. as colunas também eram de anos atrás. mais remotos ainda. da minha infância conturbada no interior de minas. da 'bela e a fera' como o próprio título da matéria sugeriu aos 11 anos em luto. mas os anos são outros. modernos até demais pro meu requintado e clássico gosto. mais perdidos com menos contexto e mais pretextos para poder extrapolar sem propósito. coca cola é isso aí! sempre gostei deste slogan pela diversidade do uso. outro querido autoral e autobiográfico: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e uma coisa não anula a outra. faz tanto sentido pra mim.
voltando às quatro cadeiras e à mesa com original e seis olhos dispersos. havia também uma curiosa combinação ao lado do cardápio com 'we speak english' no rodapé. três revistas postas lado a lado: carta capital quem e umbada abaixo das abóboras que anunciam a comemoração de halloween com direito a convidado ilustre cientista para papear conosco sem termos técnicos i hope so. não sei quem precisa mais de óleo. meu inglês mofado ou meu português descuidado. carente de novas leituras e comprometimento com a língua e as possíveis novas espumas consistentes em guardanapos pb. preciso voltar a desenhar à noite. bíblias deste crescimento doloroso e fértil.
cenouras lisas carnes ensacadas em porções das disposições ainda por vir entre os azulejos caretas deste imóvel de pé direito alto e sala vazia com sacada exposta e convidativa aos pensamentos com tragos trançados ao horizonte. preciso comer e me arrumar para sair. a rua chama meu nome pela janela deste retângulo acomodado e rico. não quero afagar pôr no colo amamentar nem cobrir o silêncio. está tudo tão evidente mais vivo e doce nos meus olhos. pouco tenho a dizer a quem deseja qualquer merda ouvir. poupo os ouvidos alheios e minha boca cúmplice cala a bagunça os sentimentos e os desejos mais serenos desta alma velha neste corpo sedento.
tudo que é claro está dito. negros são os dias dos outros. quem espia de soslaio: fechadura televisão rua hobby. quem casa consigo não olha pro lado não atropela não pára a rua. se manifesta mudo e seguro. vale a pena se presentear. comprometer-se a arrumar a casa seu bem estar amar-se. venho feliz lhe trazer flores imortais coloridas e cheirosas. cada 24 horas constroem o amanhã a partir do presente que hoje pulsa. e como pulsa!


[my morning jacket - wordless chorus]

Nenhum comentário: