terça-feira, julho 29, 2008

eu me amo

será que a propaganda que cada um faz de si é realmente eficaz? eu estava conversando sobre isso com umas amigas queridas pensadoras e chegamos a conclusão que a síndrome da 'máscara gruda' pode acontecer a qualquer momento com qualquer um. dio que me livre! e olha que já passei raspando. a proposta é tão tentadora! é todo mundo lindo feliz de bem com a vida bem vestido animado se joga se acha estão sempre nos melhores lugares com companhias descoladíssimas. se entendem e pouco se fala.
ser ou não ser.
seja lá o que for como for na cor que for no estado líquido sólido ploc ploc que for as escolhas são e serão sempre respeitadas. mas a desconfiança é digna de respeito neste caso. pelo menos a quem se dá ao trabalho de se sentir melhor sendo a porra que tiver de ser. antes assim. honesto e não-traiçoeiro. dói muito tentar caminhar entre os holofotes do olhar alheio. desgaste sem referência autobiográfica. identidade rasurada e descrédito.
concordo que todos somos as personagens que queremos ser em determinados momentos da vida. cada um se aplica onde quer com parcimônia. ou não. o filósofo já dizia: "se existe mais de uma explicação para uma dada observação, devemos adotar aquela mais simples". tão simples a gente ser o que é. para algumas pessoas não. é muito mais fácil cômodo e solitário o caminho do gosto dos outros. é involuntário. basta respirar e reagir. eu não gosto de grupos guetos frentes liberais feminismo exacerbado nem do bom gosto de terceiros. eu gosto de gente que é o que é.
difícil ter um gosto deste num mundo 'vendável' como o nosso onde tudo tem uma gaveta um rótulo se encaixa assimila e é. pronto. já é. você é.
eu vou dormir agora porque amanhã tenho exame às 8h. nos últimos tempos parece que a crise dos 30 veio acompanhada de um check up geral. nunca fui a tantos médicos e fazer tantos exames em um espaço de tempo tão curto e outros mais gritantes ainda me aguardam em alguma sala de espera com rádio ligado em clássicos juvenis dramáticos. o meu amor há de me salvar de mim mesma. último cigarro antes do horizonte onde nasço e morro todos os dias na satisfatória companhia de mim mesma.

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